Às vezes só me apetece fechar os olhos e esquecer que tudo isto existe.
Às vezes só me apetece fingir que nada disto é real. Só me apetece encolher-me no meu canto a murmurar as letras das minhas músicas preferidas.
Às vezes só me apetece imaginar que estou completa, fazer de conta que não sinto esta ausência de qualquer coisa que não sei bem o que é.
Por vezes, só quero por a máscara e fazer toda a gente acreditar que está tudo bem.
Sei que me achas fraca por isso. Sei que pensas que não enfrento os meus problemas mas enganas-te.
Eu enfrento-os, sim, simplesmente travo as minhas batalhas cá dentro. E podes achar disso o que quiseres, porque nada do que digas interessa.
Tão depressa estás aqui como me ignoras, não aguento a inconstância e não suporto estar assim.
Às vezes, só quero acreditar que te vou esquecer e ser feliz longe deste sitio. Porque na verdade, já não quero estar aqui, na verdade acho que já não te quero perto de mim, apesar de sentir o vazio inundar-me cada vez que penso em desistir de ti.
E sinto-me presa, presa entre o desejo de te ter perto e a racionalidade que era afastar-te. Nada faz sentido agora, não sei para onde ir limito-me a ver tudo passar sem nada poder mudar e só queria que tudo parasse, que as memórias se apagassem e que, simplesmente, tudo recomeçasse.